quarta-feira, 8 de maio de 2013

A OCUPAÇÃO DA TERRA NO BRASIL


A OCUPAÇÃO DA TERRA NO BRASIL

O Brasil foi dividido em quinze grandes extensões de terra, distribuídas entre funcionários da corte e a pequena nobreza de Portugal.

Os donatários que recebiam as capitanias tinham o "senhorio" sobre as terras, sendo obrigados a povoar e desenvolver economicamente o território. Os donatários concediam sesmarias (porções de terras destinadas à produção) a terceiros.

 O sistema de sesmarias havia sido instituído em Portugal no século 14, em meio à grave crise sócio-econômica da Baixa Idade Média. Os cesteiros tinham o prazo-limite de cinco anos para cultivar as terras, podendo perdê-las se não cumprissem a legislação.

 Entre os séculos 16 e 18, as capitanias voltaram, pouco a pouco, para o domínio da coroa portuguesa.  Em 1759, as capitanias hereditárias foram extintas e o Brasil passou a se dividir em capitanias reais, doadas a fidalgos e religiosos portugueses. Até a Independência o território foi continuamente repartido entre particulares.

 Após 1822, o ritmo das ocupações permaneceu inalterado, com muitas terras ocupadas de forma ilegal, especialmente com a expansão das grandes fazendas produtoras de café.
 No Segundo Reinado, aprovação da lei nº  601, a Lei de Terras (1850), a fim de regularizar a questão fundiária e responder aos novos desafios colocados pelo fim do tráfico negreiro e a necessidade de mão de obra estrangeira.

 Grande parte das sesmarias e das posses, contudo, não foi legalizada. As terras do império continuaram a ser ocupadas de forma ilegal e sistemática, boa parte das propriedades nunca foi medida nem demarcada.

 As multas, quando aplicadas, poucas vezes foram pagas. Tudo isso demonstra como a questão das terras sempre foi tratada de forma inadequada no país. Nos dias atuais, os  trabalhadores de baixa renda são esquecidos e nas últimas décadas quase não tiveram políticas públicas direcionadas  para aquisição  da  casa própria. 

 Ainda existem dificuldades para a distribuição de terras para os trabalhadores em geral.  Somente com políticos sérios e comprometidos será possível resolver a questão de forma correta, respeitando direitos sociais como a moradia.

  É dever de o Estado facilitar as linhas de financiamento junto aos bancos, sejam estatais ou privados, sem nenhuma ou quase nenhuma taxa de  juros, sem exigência de comprovação de renda  para beneficiar as famílias de baixa renda.

 No Brasil de hoje os principais direitos da população são desrespeitados.  A burocracia e a falta de compromisso dos  políticos em nada beneficiam as classes sociais mais carentes.

Por Leon Lopes/Diretor do Jornal JRP


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